Paradigma Consciencial: O que é?

Paradigma Consciencial: O que é?

Um paradigma pode ser compreendido como modelo ou padrão para a produção e avaliação de conhecimentos em determinado campo da Ciência. O paradigma estabelece quais conceitos, teorias e métodos de investigação são passíveis de aceitação por uma comunidade de pesquisadores. Um paradigma pode sofrer alterações ao longo do tempo, às vezes profundas, tais quais as verificadas nas chamadas revoluções científicas. 

Na Ciência tradicional, o paradigma prevalente é materialista, reconhecendo a existência apenas do mundo físico, com os constituintes fundamentais da realidade se comportando conforme as leis da Física. Neste enfoque, a consciência – também denominada alma, espírito, ego ou self – seria apenas subproduto do funcionamento do cérebro, deixando de subsistir após a morte biológica.

O paradigma científico convencional pressupõe uma separação entre pesquisador e objeto de estudo, distanciando assim o investigador de seu próprio microuniverso consciencial, em busca de uma pretensa objetividade.

Esta forma de trabalhar impulsionou o desenvolvimento da Ciência de maneira notável, ampliando o entendimento sobre a natureza e os seres humanos, e embasando aplicações tecnológicas com impactos significativos na qualidade de vida das pessoas. 

No entanto, o paradigma da Ciência tradicional revela-se ainda muito limitado, por ignorar a realidade mais ampla da consciência, que transcende a matéria e pode se manifestar independentemente dos hemisférios cerebrais. Desse modo, o materialismo assumido pela Ciência convencional acaba se mostrando uma concepção dogmática, reduzindo aprioristicamente aquilo que pode existir somente ao Universo físico.

De maneira distinta, as pesquisas conduzidas no âmbito da Conscienciologia são norteadas pelo paradigma consciencial, no qual a consciência é estudada em toda a sua plenitude, enquanto essência imaterial que apresenta atributos tais quais autoconsciência, raciocínio, senso crítico, imaginação e memória, dentre vários outros.  

Na perspectiva abrangente do paradigma consciencial, os constituintes básicos do Universo são consciência e energia. A energia mais sutil permeando o Cosmos é a energia imanente, que pode ser absorvida e transformada em energia consciencial pela vontade da consciência. A consciência mobiliza a energia consciencial em todas as suas manifestações, acarretando o acoplamento e a influência energética mútua inevitável entre investigador e objeto de pesquisa. 

Pelo paradigma consciencial, considera-se que a consciência pode atuar não apenas na dimensão intrafísica, por intermédio do soma (corpo biológico), mas também em dimensões extrafísicas, empregando outros veículos de manifestação: o energossoma (corpo energético), o psicossoma (corpo emocional) e o mentalsoma (corpo mental). O conjunto completo de corpos, denominado holossoma, é utilizado pela consciência intrafísica (conscin) no decorrer da vida humana. Com a desativação do soma ao final da vida biológica, o indivíduo continua existindo no estado de consciência extrafísica (consciex).

No Universo multidimensional contemplado pelo paradigma consciencial, a consciência passa por diferentes experiências a fim de se aprimorar, alternando-se entre uma dimensão e outra, e renascendo com um novo soma após um período na condição de consciex. Desse modo, a consciência evolui ao longo de uma série de existências, em diferentes corpos físicos (pluriexistencialidade).

Em sua abordagem para a elaboração do conhecimento, o paradigma consciencial traz de modo ínsito a preocupação com uma ética de maior alcance, a cosmoética, de acordo com a qual se observam os efeitos multidimensionais e pluriexistenciais de pensamentos, sentimentos e energias (pensenes), emitidos incessante e indissociavelmente pelas consciências. 

Por isso, enfatiza-se a importância do saber que se reverta em benefícios diretos para as consciências e contribua para a melhoria das inter-relações entre os seres, fomentando a cultura da paz no planeta, sem as conotações anticosmoéticas verificadas em relação aos usos bélicos e deletérios do conhecimento.

No paradigma consciencial, o princípio da descrença orienta as atividades do pesquisador, que adota a postura habitual de submeter qualquer ideia ao crivo da razão e só admitir teorias sobre a consciência respaldadas por experimentos pessoais.

Nas perquirições feitas em consonância com este neoparadigma, inclui-se o exame da própria consciência pelo investigador com os métodos disponíveis (autopesquisa), levando em conta as interações com outras consciências e ambientes, tanto físicos quanto extrafísicos. 

Para acessar informações oriundas de diferentes dimensões, o pesquisador conscienciológico desenvolve e utiliza tecnicamente o parapsiquismo, ativando entradas sensoriais que extrapolam os sentidos básicos do soma e explorando os potenciais do holossoma.

Os resultados alcançados nas pesquisas são expostos de modo sistemático e discutidos pela comunidade de estudiosos, procurando-se avaliar aquilo que seja consensual, constituindo verdades relativas de ponta, sujeitas a reformulações ou aperfeiçoamentos ao longo do tempo, determinados pela análise das evidências multidimensionais.

Autor
Daniel Iria Machado

Daniel Machado

Bacharel em Física. Doutor em Educação para a Ciência. Voluntário do Campus CEAEC desde 2016. Docente da Conscienciologia desde 1995.

Referências Bibliográficas

Kuhn, Thomas S.; A Estrutura das Revoluções Científicas; 8ª Ed. revista; Perspectiva; São Paulo; 2003; páginas 13 e 24.

Vieira, Waldo; Projeciologia: Panorama das Experiências da Consciência Fora do Corpo Humano; 4ª Ed. revisada e ampliada; Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia; Rio de Janeiro; 1999; páginas 22 a 32.

Idem; 700 Experimentos da Conscienciologia; 3ª Ed. revisada e ampliada; Associação Internacional Editares; Foz do Iguaçu; 2013; página 100.

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