A biografia inspiradora de Viktor Frankl
“Tudo pode ser tirado de uma pessoa, exceto uma coisa: a liberdade de escolher sua atitude em qualquer circunstância da vida”.
(Viktor Frankl)
Personalidade. Viktor Emil Frankl (Viena,26/03/1905-02/09/1997) foi um neuropsiquiatra austríaco e fundador da terceira escola vienense de psicoterapia. O médico psiquiatra ficou mundialmente conhecido depois de descrever sua experiência enquanto prisioneiro em quatro campos de concentração nazistas, em seu best-seller internacional “Em Busca de Sentido”.
Motivação. Em 2015, esta pesquisadora foi apresentada aos estudos de Frankl sobre sentido de vida e aproveitamento de tempo. No período, a autora do presente artigo se debruçava sobre os impactos das teorias do psiquiatra à saúde coletiva, em especial nos grupos de adicção e alcoolismo.
Sentido. Viktor Frankl propôs um olhar diferente sobre as adicções, afirmando que a frustração ou o vazio existencial – a estagnação da realização dos sentidos particulares da vida – podem levar o indivíduo a perseguir os efeitos de prazer diretamente pela bioquímica.
Exemplo. A proximidade com o legado deixado pela dada personalidade, além de ter sido uma experiência prazerosa e gratificante, gerou impactos cognitivos importantes para esta pesquisadora no que diz respeito a uma compreensão maior do aproveitamento evolutivo dos momentos de crise ou situações de aparente infortúnio. Interesse. Tal estudo despertou, também, o interesse em estudar biografias de personalidades, instigando a análise do desenvolvimento proexológico (programação existencial) por parte da consciência analisada.
Biografia. Biografia (do Grego: bios, vida; graphein, escrita) é a descrição dos fatos da vida de uma pessoa. E antes de analisarmos o legado biográfico deixado por Viktor Frankl, vale tecermos algumas considerações sobre os aspectos evolutivos dos estudos de personalidades.
Paradigma. O Paradigma Consciencial nos convida a um estudo ainda mais aprofundado das biografias, pois reconhece muitas outras facetas que são, em sua maioria, negligenciadas pelos pesquisadores que só levam em consideração o Paradigma Mecanicista Cartesiano. Ou seja, a pesquisa biográfica quando sustentada pelo Paradigma Consciencial pode oportunizar uma gama variada de habilidades, posturas e comportamentos que não são citados pelas enciclopédias e outras obras de referência.
Convite. O estudo biográfico forma um convite ao pesquisador para conseguir perceber o holopensene (conjunto de pensamentos, sentimentos e energias) do biografado. A oportunidade de adentrar ao microuniverso consciencial de outro indivíduo, quando aproveitada de forma cosmoética, permite ampliar as trocas e aprendizados mútuos entre pesquisador e pesquisado.
Criticidade. Ou seja, a lógica do Paradigma Consciencial permite que o pesquisador não só descreva a vida de uma pessoa mas, também, consiga fazer análises e interpretações sobre hipóteses multiexistenciais, proexológicas, conscienciométricas, etc.
Bioenergias. Durante os estudos, há de se considerar que o pesquisador esteja atento às suas próprias energias e ao campo energético formado ao estudar a personalidade. A análise também envolve a percepção das relações da consciência com outras pessoas e ambientes através de suas manifestações holossomáticas.
Campo. O campo mentalsomático formado durante os estudos biográficos atrai consciexes (consciências extrafísicas) relacionadas ao contexto e à Elencologia da personagem estudada.
CEAEC. Tamanha é a relevância do estudo de biografias que no Campus CEAEC (Centro de Altos Estudos da Conscienciologia), os visitantes poderão conhecer a Aleia dos Gênios, que é caracterizada por uma série de bustos de personalidades que contribuíram de forma expressiva para o avanço da Humanidade.
Evolução. Durante a observação das personalidades destacadas no Caminho da Lógica, o visitante é convidado a refletir sobre Inteligência Evolutiva (IE). Isso porque a evocação positiva das personalidades retratadas poderá oportunizar a expansão da consciência dos intermissivistas frente as tantas oportunidades de interassistência as quais tem recebido nessa relação tempo-espaço.
Frankl. Um dos bustos identificados é, justamente, de Viktor Frankl. O médico psiquiatra e fundador da escola de Logoterapia ocupa o lugar de número 78.
Ressoma. De família austríaca judia, Viktor Frankl ressomou (renasceu nesta dimensão física) no dia 26 de março de 1905. Os pais eram funcionários públicos e a família tinha uma vida confortável. Contudo, com a Primeira Guerra Mundial e, como muitas outras famílias judias, Frankl e sua família passaram por sérias dificuldades financeiras.
Início. Enquanto fazia o ensino médio, em meados de 1920, Frankl já se interessava por filosofia e psicologia. Aos dezesseis anos de idade, ministrou sua primeira palestra, intitulada “Sentido da Vida”.
Visionário. Aos 25 anos de idade, Frankl já começava a ser notado pela comunidade acadêmica como um indivíduo à frente de sua época. Nessa fase, o jovem faz residência em psiquiatria e neurologia e em 1930 assume a responsabilidade por uma ala conhecida por pavilhão do suicídio num hospital psiquiátrico em Viena.
História. Concomitantemente a frequência na faculdade de medicina, Viktor Frankl desenvolvia projetos de significativos impactos interassistenciais, como alas de prevenção ao suicídio para jovens adolescentes. Suas ideias em relação à vida e aos valores humanos é o que o impulsiona a fazer relações entre a filosofia e a psicologia e em 1926 ele fala pela primeira vez, em um congresso, sobre a logoterapia, a terapia focada em buscar o sentido da vida.
Guerra. Contudo, foi durante suas vivências enquanto prisioneiro nos campos de concentração na Segunda Guerra Mundial que permitiram que o estudioso formatasse a validação existencial das suas próprias concepções acerca do ser humano.
Interassistência. Vale notar a profundidade do processo interassistencial da consciência estudada, que em situação dramática e de grande miserabilidade, enxergou o contexto de guerra como oportunidade de promover uma troca de conhecimentos e experiências, contribuindo na evolução de todos os envolvidos.
Experiências. Conforme afirmou o próprio Frankl (2010), as experiências em Auschwitz suscitaram um debate íntimo sobre o sentido do sofrimento e da morte ( pela Ciência Conscienciologia a palavra morte é substituída por dessoma, descarte do corpo humano), compreendendo a importância do sentido na vida para a sobrevivência dos prisioneiros (Frankl, 1946/2004).
Vitimização. Viktor Frankl propõe que não somos nós que exigimos da vida o que queremos, mas devemos responder ao que ela nos propõe. A pergunta “por que isso aconteceu” pode levar a uma atitude de vitimização e incapacidade.
Antivitimização. Para oportunizar uma ação alicerçada pela responsabilidade, o mais pertinente seria perguntar “para que isso ocorreu”.
Posicionamentos. A partir de novos questionamentos, o indivíduo se convida a adotar novos posicionamentos, se abrir para novas oportunidades de reconciliação, assumindo as rédeas da própria evolução e encarando os contextos os quais está inserido com mais proatividade .
Hipótese. A postura firme e a intenção cosmoética de gerar um sentido maior aos episódios de angústia vivenciados nos campos de concentração, podem ter gerado energias esclarecedoras as tantas consciências extrafísicas relacionadas a contextos de guerra.
Despertologia. Estudar a vida de Viktor Frakl tem sido, para esta estudiosa, uma ótima oportunidade para a percepção (por hipótese) do holopensene da desperticidade (ser desassediado-permanente-total).
Questionologia. Você, leitor ou leitora, já sentiu-se inspirado pela biografia de alguma personalidade exemplarista? Quais condutas já pode replicar em si próprio?

Isabela Collares
Isabela Collares é jornalista e professora universitária. É especialista em Educomunicação e autora do livro-reportagem Antes da Saideira, sobre a banalização do consumo de bebidas alcoólicas.
Fossatti, P. (2010). Por uma logobiografia: possíveis contribuições de Viktor E. Frankl para uma história de vida com sentido. Em: M. H. M. B. Habrão (Org.). (Auto)biografia e formação humana, (pp. 89-108). Porto Alegre: EDPUCRS.
Frankl, V. E. (2005). Um sentido para a vida: psicoterapia e humanismo. São Paulo: Ideias e Letras.
Frankl, V. E. (2008). Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. Petrópolis: Vozes.